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domingo, 13 de dezembro de 2009

TRIÂNGULO, TRANSPORTES, TURISMO E “TIRADAS (INFELIZES)”

Este foi um artigo que publiquei há uns meses atrás. Convém relembrar, por isso o transcrevo:

Falar de turismo sem se falar também de acessibilidades e mobilidade interna é perfeita aberração. O melhoramento das ligações marítimas entre as ilhas do Triângulo é uma aspiração de longa data. Este desejo resulta de vários factores, quer de ordem sentimental, quer de ordem económica. Pico, São Jorge e Faial sempre foram ilhas irmanadas e tendem a sê-lo cada vez mais, pesem embora todas as manobras para semear confusão e atrito com falsos argumentos de interesses hegemónicos deste ou daquele. É evidente que poderes instituídos, pessoais ou de grupo, tudo fazem para minar, de forma torpe, o ambiente fraterno que se tem vindo a aprofundar com a migração de pessoas entre as ilhas do Triângulo, antes, com mais frequência entre Faial e Pico e agora cada vez mais abrangendo, em comum, São Jorge.
Todo este envolvimento cria fluxos de inter movimentação com reflexos na economia local que urge potenciar como pólo de atracção turística. Mas isso só será possível se houver comunhão de interesses e união de esforços. A solidariedade espontânea, em situações de catástrofe, demonstra a nossa mútua afectividade e capacidade de entreajuda. A mesma força de vontade deve ser posta ao serviço da unidade, do bem-estar e do progresso, tanto económico como social, de nós todos e de cada um.
Vem este meu escrito como resultado duma reflexão de longa data sobre esta temática da sub-região do Triângulo e da forma como a devemos pensar para um futuro sustentado, em prol do próprio, em particular, e do todo da Região em que está inserido. Entendo que deverá evoluir, primordialmente, em benefício de quem nela vive. Assim, não é com ideias absurdas, sem qualquer base científica ou económica, lançadas ao ar só para criar protagonismo que se resolve o nosso problema. É falando com as pessoas que ficamos a saber o que desejam, mas para isso é necessário saber e querer escutá-las. É mobilizando as pessoas que se consegue atingir determinado objectivo, mas para isso temos que incorporar as suas propostas nos nossos projectos para que os principais interessados participem e tenham uma contribuição real.
Pior que o inimigo externo, são os nossos "cavalos de Tróia". Espalham a discórdia, minam o esforço comum e desviam a atenção do problema principal, parecendo que são os nossos melhores defensores. Desta forma de actuar, inimiga da unidade e do progresso, aproveitam-se os oportunistas para, na falta de consenso, avançarem as suas ideias, no local próprio e no momento ideal, com tal descaramento que deixam, pelo menos momentaneamente, paralisados os representantes dos nossos interesses. Gora-se assim a oportunidade de refutar peremptoriamente os argumentos falaciosos, e a mensagem pretendida passa para a comunicação social como sendo uma ideia partilhada, até pelos mais prejudicados.
A "tirada" daquele senhor, defendendo não sei que segundos interesses ocultos, porque os da Região não são de certeza e os destas três Ilhas muito menos, na jornada de reflexão sobre Turismo, é o exemplo perfeito de quem reina dividindo. Os participantes não reagiram atempadamente e, pasme-se, a nossa edilidade, responsável principal, eleita por nós, não comenta. Vieram então os "profetas da desgraça", dando aquele ar de defensores atentos e iluminados, lançar mais umas achas para a fogueira do divisionismo regional, como se aquele "artista" fosse o legítimo representante de quem habita a Ilha Terceira e não um "pau mandado" de interesses económicos particulares. O que necessitamos é de solidariedade e contribuição para o bem comum. Enquanto combatermos ideias desajustadas com argumentos desajustados, apenas atiçamos a discórdia e fomentamos a divisão.
Dividir para reinar é uma arma dos fracos, de quem não tem capacidade de fazer vingar as suas ideias com argumentos válidos, maioritariamente aceites, mas é fácil de usar e com resultado eficaz pois apela a extremismos irracionais como o bairrismo doentio. À sombra do incremento do bairrismo exacerbado semeia-se a discórdia e promove-se a discussão estéril, desvia-se a atenção do principal em favor do insignificante. Assim, enquanto alguns vigaristas esfregam as mãos e enchem os bolsos, ou servem de intermediários a quem os enche, nós continuamos em círculo vicioso a culpar-nos uns aos outros duma culpa que não é nossa, mas que poderá vir a ser caso continuemos apáticos perante as reais ameaças e desunidos quanto aos nossos interesses comuns.
Onde está o nosso apoio aos Jorgenses quando reclamam daquela "pocinha" a que chamaram marina e que poderia ser mais um elo de ligação turística do Triângulo? Que força temos dado aos Picoenses quando reclamam da frequência e planificação dos voos para a sua Ilha? Graciosa, Flores, Corvo, Santa Maria, que futuro? Lembramo-nos de quem lá vive? Onde está a solidariedade com os habitantes de Ponta Delgada, revoltados com a descaracterização da sua cidade? Temos que deixar de olhar apenas para o nosso umbigo, lembrar que somos um todo e que quem nos tenta dividir apenas nos pretende espezinhar.
Este não pode continuar a ser o nosso futuro. Comecemos por dar um exemplo: unir o Triângulo!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Tenho uma vontade danada de promover este Triângulo.
Vamos dar ideias boas para a sua divulgação.