Pesquisar neste blogue

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O QUE NOS PROMETEM E O QUE REALMENTE QUEREMOS Este é o momento em que os partidos da alternância tradicional [PSD e PS] prometem o que, de antemão, sabem que não vão cumprir. Quem está, e tem receio de não continuar, põe em evidência o pouco que fez, sem referir o que não cumpriu, e as maravilhas que pretende fazer se for reeleito. Quem não está, mas quer voltar, insiste em referir o que não foi feito e alarga-se em promessas que, depois, também não são para cumprir, mesmo que ganhe as eleições. É a repetição viciada do mesmo filme em que apenas varia o ator principal viajando para todos os sítios e distribuindo sonhos, promessas, beijos, abraços, t-shirts, esferográficas e bonés, num exagerado esbanjamento de dinheiros públicos e promessas sem qualquer conteúdo programático. De opções políticas, aquilo que, na sua essência, determina as soluções de cada partido, não se fala porque isso faz pensar e pode despertar outros níveis de decisão. As pessoas estão fartas de ser enganadas e querem falar de soluções, porque só as soluções podem motivá-las. Ouvir, repetidamente, que não há alternativa não é uma solução, antes pelo contrário. Falemos então de coisas bem melhores: 1. CRIAÇÃO DE EMPREGO é a principal solução para desenvolver a economia e melhorar a situação financeira das pessoas. E não podemos estar apenas pendentes da iniciativa privada porque essa só pensa no lucro fácil e a curto prazo. Temos de apostar na rápida reabilitação urbana. Na nossa cidade existem tantos edifícios, públicos e privados, em avançado estado de degradação ou mesmo em ruínas, que constituem um enorme perigo para a segurança dos cidadãos e para a saúde pública. A sua reabilitação permitirá a criação de postos de trabalho, de imediato, no sector da construção civil que, presentemente, atravessa um elevado índice de desemprego. Simultaneamente criam-se condições de oferta de habitação, espaços comerciais e instalações de apoio à Cultura. 2. A autarquia tem que ser apoiada na concretização do nosso saneamento básico. Com o aumento de restrições financeiras será impossível o Município assumir sozinho este empreendimento que tarda em demasia e coloca a nossa cidade em desvantagem por via desta carência de salubridade básica. É um investimento inadiável. É mesmo inconcebível falar-se do reordenamento da frente mar sem ter em conta o saneamento básico da cidade, o que só vem demonstrar as promessas avulsas e enganadoras do PS e do PSD. Medidas avulsas, ao sabor do momento, não resultam. A 2ª fase da variante deve avançar rapidamente. É preciso criar condições logísticas que permitam o saneamento básico e o reordenamento da frente mar. Só criando alternativas que desviem o trânsito de viaturas pesadas da Avenida 25 de Abril e outro trânsito do centro da cidade teremos condições de levar a bom porto o saneamento básico da cidade e o tão prometido reordenamento da frente mar. Mas, agora é só prometer obras e mais obras, sem olhar à sua forma de financiamento nem à satisfação dos compromissos já assumidos. Uns prometem o que antes criticavam; outros criticam o que antes prometeram. Uns remetem os recursos para o novo Quadro Comunitário, mesmo sem saber com que verbas podem contar; outros dizem que fizeram o mais que puderam, mas não havia mais dinheiro. Agora sim, agora vai haver dinheiro para tudo, mesmo quando se sabe que cada vez é mais escasso. 3. A dinamização económica é que gera emprego e riqueza, e faz-se implementando medidas concretas, não apenas com o enunciar generalizado de boas intenções ou um rol de promessas que, à partida, todos sabemos não serem para cumprir, mas apenas para iludir. É essencial, isso sim, apoiar o fomento à criação de iniciativas que diversifiquem a oferta de produtos e serviços, como, por exemplo a empresa faialense que fornece peixes a oceanários de todo o mundo. Está a fazer negócio e a divulgar a nossa ilha. É urgente a dinamização de mais atividades que complementem o turismo, a agricultura e o mar e o apoio à criação de unidades industriais sustentáveis, à dimensão das nossas capacidades, e integradas na nossa biodiversidade, que aproveitem os nossos recursos naturais e a produção agrícola. 4. Não se pode permitir mais deslocalizações como aconteceu com a COFACO, para depois, mesmo à nossa frente, empresas do outro lado do planeta aproveitarem o negócio resultante da captura do atum nos nossos mares, enquanto quem trabalhava na fábrica está no desemprego ou tem que atravessar o canal para poder continuar a trabalhar, sabe-se lá até quando?! Gostaria de falar do DOP, da investigação científica, da diversificação agrícola, da sustentabilidade das pescas e do turismo, mas fica para a próxima reflexão porque esta já vai longa. As soluções são como o “Ovo de Colombo”, estão à nossa vista; uns não as descobrem porque não estão despertos para elas, outros impedem a todo o custo que alguém as possa ver. As soluções estão no ensino, na Cultura, na formação profissional e na dignificação do trabalho por via do aumento do emprego. A falta de dinheiro é uma consequência do atrofiamento económico e da austeridade, nunca devido à sua dinamização.